A dependência química é uma doença que prejudica a saúde e a vida do dependente de inúmeras maneiras diferentes. Além de comprometer a convivência familiar, o desempenho no trabalho, o relacionamento afetivo e tantas outras áreas, o uso de drogas ilícitas também afeta o desempenho do cérebro. Mas de que forma isso acontece? É o que vamos detalhar no artigo de hoje.
Cada tipo de droga tem uma composição diferente e, por isso, atua sobre o cérebro de uma forma distinta. Por isso, vamos ver como alguns tipos específicos de drogas ilícitas se comportam em relação a isso.
Cocaína
Ao entrar na corrente sanguínea, a cocaína atinge o cérebro muito rapidamente, independente de ter sido injetada ou aspirada. Quando chega a esse órgão, imediatamente ela desencadeia uma sensação intensa de euforia provocada pela grande concentração de dopamina presente na droga.
As regiões do cérebro afetadas pela cocaína são aquelas relacionadas à sensação de prazer e é daí que vem o seu alto potencial de causar dependência: quando o efeito passa, o usuário tem a necessidade de sentir esse prazer novamente, voltando a aspirar ou injetar. Vale ressaltar ainda que o efeito passa muito rápido.
Crack
Por ser derivado da cocaína, o crack tem um efeito muito parecido sobre o cérebro do usuário: libera uma grande quantidade de dopamina que chega ao cérebro em menos de dez segundos levando a pessoa a um estágio extremo de prazer e excitação. Os receptores continuam sendo estimulados por cerca de dez minutos e, terminado esse período, começa a sensação de depressão profunda, alta irritabilidade e paranoias.
O chamado “delírio parasitário” é um dos efeitos do crack sobre o cérebro que também pode ser sentido logo depois que o efeito passa: a sensação de que há insetos percorrendo a superfície da pele. Isso faz o usuário machucar a si mesmo, na tentativa de se livrar dos “invasores”.
Heroína
Quando a heroína é injetada ou aspirada e chega ao cérebro, ele imediatamente a converte em morfina, substância da qual é derivada. A morfina se conecta aos receptores opioides, moléculas do sistema nervoso que atuam na regulação da sensação de dor e recompensa.
Por isso, assim como nos casos anteriores, aqui o usuário também entra em estado de euforia, sentindo uma onda extrema de alegria que se mistura à sensação de boca seca, aumento da temperatura da pele e lentidão do funcionamento cerebral. Depois desse primeiro ímpeto de prazer, o usuário de heroína atinge um patamar em que se sente sonolento e acordado ao mesmo tempo.
Os receptores opioides ficam localizados em várias partes do corpo, inclusive na área do cérebro responsável por controlar todo o organismo. É por isso que uma overdose de heroína atinge o funcionamento corporal como um todo, podendo interromper a respiração e levar a pessoa à morte.
Qualquer tipo de droga, especialmente ilícita, é extremamente agressiva para o cérebro e o efeito cumulativo ao longo do tempo é cada vez mais prejudicial, podendo se tornar irreversível. Se você conhece alguém que esteja passando por esse problema, entre em contato conosco e salve uma vida.